SBM defende tratamento de câncer de mama metastático no SUS

A Sociedade Brasileira de Mastologia junto com outras entidades e organizações não governamentais defenderam em audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo a incorporação do tratamento de câncer de mama metastático, ou seja, no estágio mais avançado da doença, ao Sistema Único de Saúde (SUS). O tema foi debatido também em outros estados brasileiros. A terapia combinada, que usa os medicamentos Trastuzumabe e Pertuzumabe, aumenta em 20 a 56 meses o tempo de vida da paciente, além de melhorar sua saúde nos últimos anos de vida.

O presidente da SBM Regional São Paulo, Dr. João Bosco Ramos Borges, afirmou que na fase avançada o câncer de mama espalha-se principalmente para ossos, pulmão, fígado e cérebro. “O SUS precisa dar atenção às mulheres acometidas pelo câncer. Em um país civilizado não é apenas o que faz diagnóstico precoce, mas o que cuida bem daquele paciente que tem um fim definido”, afirmou o mastologista, ressaltando que mulheres com menos de 30 anos têm câncer de mama, em geral, mais agressivo. As idosas, por sua vez, apresentam baixa resistência a tratamentos.

De acordo com a presidente da União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama (Unaccam), Ermantina Ramos, as pacientes que descobriam o câncer em fase avançada no século passado morriam com muita rapidez. “Depois de estudos clínicos feitos desde 2002, os medicamentos trouxeram muita saúde e qualidade de vida. A doente metastática tem direito de viver com qualidade”, disse.

Atualmente, pacientes de convênios de saúde têm acesso ao tratamento com os dois remédios. Na rede pública, o Trastuzumabe é oferecido desde 2013, mas com restrição apenas a mulheres com câncer de mama inicial ou localmente avançado.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que oferece assistência integral aos pacientes com câncer, incluindo diagnóstico, cirurgias, tratamento e medicamentos.

“Sobre a inclusão da combinação dos medicamentos Trastuzumabe e Pertuzumabe para o tratamento de câncer de mama metastático HER2+, no SUS, esclarecemos que a decisão está sendo avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no SUS. Na reunião deste mês, a Conitec emitiu recomendação inicial para tal fato”, diz o comunicado. De acordo com a nota, a incorporação do medicamento está em consulta pública até o início do mês de maio. “Vale esclarecer que a Conitec avalia estudos apresentados para a incorporação de medicamentos ou procedimentos, e os estudos relacionados à incorporação desses medicamentos só foram apresentados no final do ano passado.”

 

Fonte: Agência Brasil http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-04/entidades-pedem-inclusao-de-tratamento-para-cancer-de-mama-no-sus